quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Argentina - Mendoza

Mendoza, capital da Província de Mendoza na Argentina, é uma cidade pequena mas muito charmosa.
Confesso que esperava algo diferente, talvez por completa ignorância! A cidade em si, possui ares de interior com 4 praças menores: Itália, Espanha, San Martín e Chile com bancos em azulejo, jardins e fontes e uma praça maior chamada "Plaza Independencia", esta é palco de shows e eventos, além de ter uma recreação para a criançada aos domingos.
Mesmo possuindo ares de cidade do interior, é possível comer em ótimos restaurantes, se hospedar em bons hotéis e conhecer lojas de roupas e jóias mais finas.

Mendoza, como cidade turística, tem 2 objetivos principais, os turistas de aventura em busca de montanhismo, treeking, cavalgadas, rafting e andinistas (aqueles que buscam subir a Montanha do Aconcágua) e o ENOTURISMO, que foi o meu caso! Hoje, Mendoza é considerada uma das 9 grandes capitais do vinho e em seu entorno é possível visitar muitas vinícolas de renome como Zuccardi, Norton, Catena Zapata, Chandon, Terrazas, dentre tantas outras.

Não existem voos diretos do Brasil para Mendoza. O melhor caminho para quem vai de avião é fazer escala em Buenos Aires. Porém, encontrei muitos brasileiros que resolveram pegar a Ruta Nacional 7 e fazer de Mendoza uma parada prolongada entre as cidades de Buenos Aires e Santiago do Chile. Quem fez o caminho, diz que é lindo! Não posso opinar quanto a isso!

O que fazer

Como havia dito, nos arredores de Mendoza tem várias coisas para conhecer. Eu fiz dois passeios pela agência Mendoza Holidays - que aliás recomendo. A agência oferece muitos passeios de um dia, aluguel de carro com ou sem motorista, etc.. Fechar passeios às vinícolas com motorista é uma boa opção, afinal, em Mendoza ou em qualquer lugar do mundo, se beber não dirija!

Passeios feitos por mim:
Altas Montanhas e Vinhos - o passeio é bonito, várias paisagens lindas e desérticas. Porém, se fosse hoje, eu trocaria por outro passeio a uma vinícola. Deixe-me explicar: são 3 horas desde Mendoza até o destino final - Parque do Aconcágua. Tem uma parada na Puente del Inca, uma formação natural muito bonita que um dia já foi hotel, outra parada para ver o Aconcágua ao longe e uma paradinha para andar por uma trilha de 200 metros para avistar o Aconcágua um pouquinho mais de perto. Esse passeio dá direito a um almoço em uma cidadezinha bem pequena em um restaurante que deixou um pouco a desejar pela falta de limpeza e circulação de ar. Depois, 1/2 hora antes de chegar em Mendoza, uma parada em uma vinícola não tão conhecida e que também não me agradou tanto.

Dique preparado pelos Incas

Estrada com os Andes ao fundo

Praça artesanal da Puente del Inca

Puente del Inca

Aconcágua

Parque do Aconcágua com o próprio ao fundo

Experiência Zuccardi - Esse passeio vale muito a pena. O guia e também motorista, era um conhecedor das delícias de Baco! Por isso, até chegar à vinícola, o assunto girou em torno de vinhos. Das "degustações + visita ao processo de preparação do vinho" que já fiz em outros lugares, a Zuccardi foi a que mais me surpreendeu. Logo na entrada fui recebida por um guia de origem americana que falava muito bem o português e o espanhol e que me ofereceu um espumante rosé maravilhoso. A visita foi curta, porém muito instrutiva sobre as uvas e safras da Zuccardi. A degustação foi bem eclética desde os vinhos mais jovens e acessíveis ao bolso até um de rótulo mais encorpado. No mesmo espaço, tem uma loja onde se vende os vinhos e os azeites produzidos ali. Aliás, essa foi mais uma surpresa. Eu pensei que não iria provar azeites tão bons quanto aos da Itália, principalmente no novo continente, e me enganei! A Zuccardi trabalha com olivas argentinas, italianas e espanholas em terras argentinas e oferece azeites de 1ª qualidade!
O passeio inclui o almoço na "Casa do Visitante" - restaurante da Zuccardi. Sobre o restaurante falarei no tópico "onde comer" mais abaixo. 
Se quiser visitar a Zuccardi por conta própria, o site é http://www.familiazuccardi.com/

Momento da degustação



Vinhos degustados

Andar pela cidade - a cidade, apesar de pequenina, é agradável. Com vários cafés, sorveterias, praças e restaurantes.

Onde comer

Casa do Visitante da Família ZuccardiO ambiente é de decoração rústica em uma construção toda cercada de vidro em meio a um jardim lindo. Ali é possível fazer reserva para um almoço harmonizado com tipos de vinhos distintos ou um almoço a la carte. Os preços variam conforme o tipo do vinho. Se você quiser provar os vinhos mais encorpados, pergunte qual o cardápio quando contratar o passeio, ou se for por conta própria, pergunte na hora da reserva - que aliás, é necessária tanto para o almoço quanto para o jantar.

Um dos salões do Restaurante

Mesa com vista para o jardim

Vinho degustado

Azeites da Zuccardi


Mar y Monte - O restaurante tem em seu cardápio peixes do Pacífico e eu estava com vontade de comer Congrio desde minha visita ao Chile. A comida e o atendimento foram ótimos. Escolhi o Congrio com molho de camarão. O ambiente externo com luz de velas nas mesas e poucas luzes artificiais é bem aconchegante. A carta de vinhos não era muito rica, mas consegui um vinho branco bem "honesto".


Ambiente externo do Mar y Monte

Congrio com molho de camarão


Azafran - Recomendado pelo TripAdvisor e pertinho do hotel que fiquei, esse restaurante foi uma ótima escolha! Quem olha por fora, não imagina o ambiente super agradável que existe dentro. A decoração rústica toda em pátina, deixa o cliente bem a vontade. Uma exposição de azeites e doces traz água à boca. No cardápio somente vinhos em taça, porém, de qualidade. Se quiser uma garrafa, deverá ir até a adega e escolher dentre os vários rótulos que lá existem. Fui no horário de almoço, mas acredito que a noite também deva ser muito agradável. É preciso reservar.

Salão principal

Solomillo de Cerdo

Florentino Bistrô - Como fui no feriado de carnaval não consegui fazer a reserva para a noite de domingo, mas com tantas recomendações boas resolvi ir no horário de almoço mesmo. O prato escolhido foi um Ojo del bife. A carne estava muito saborosa e macia e os acompanhamentos temperados na medida certa. O ambiente é bem descontraído. 

Um dos salões

Anna Bistrô - Fui muito bem atendida pelo garçom que indicou um "Sorrentino recheado de salmão com molho cítrico", muito bem harmonizado com um Chardonnay que escolhi. O ambiente com cores quentes e velas em cada mesa, cria um clima bem intimista. Possui mesas externas também. 
Recomendo fortemente principalmente para o jantar.
É preciso reservar.

Salão principal

Salão Principal

Onde ficar

Premium Tower Suite Mendoza - Ótima localização. Em um raio de 1 km é possível ir a Praça de Itália, Independência e Espanha. Pelo menos uns 5 ótimos restaurantes estão neste diâmetro. Regularidade na limpeza, ótimo atendimento inclusive para reservar restaurantes e pedir táxi. O café da manhã não tinha muita variedade, porém,  oferecia o necessário: café, frutas, ovos mexidos, bolo, biscoitos doces, frios, sucos, leite e iogurte com cereais.
Embora o wifi fosse free, a velocidade deixou muito a desejar. 

Se algum dia eu voltar, vou tentar ficar no Cavas Wine Lodge. Desde que o vi em um programa no canal "Travel and Living" eu fiquei com ele na cabeça. Me pareceu super romântico jantar na varanda do seu quarto com a vista para o parreiral. Ah... eles aceitam reservas para o jantar para não hóspedes.

Um Grande Abraço e Saúde!!


sábado, 8 de setembro de 2012

Brasil - Chapada Diamantina - BA - 7º dia

7º e último dia de passeios :-(
Confesso que meu corpo estava cansado, mas pensar que no dia seguinte teria que voltar para a cidade de pedra, poluição, engarramento e que não dormiria mais ao som de grilos e sapos, me deixou meio triste.

Mas vamos lá... quem vive de passado é museu, né?! Bora aproveitar o último dia - e que dia especial...

Saímos da pousada às 8h30 direto para a trilha da Cachoeira da Fumaça.
Antes de subir, você deve passar na associação no começo da trilha, informar seus dados e a hora que está subindo - na volta você deverá passar lá novamente e anotar a hora que voltou. Contribuições monetárias são bem vindas, elas servem para apoiar ao combate a incêndios, resgate de vítimas, etc..
Burocracias feitas, encaramos 2km de subida mais 4km no plano. Primeiro vimos a cachoeira de lado e depois por cima. A cachoeira leva esse nome porque são 380 metros de queda d'água e quando venta muito, a água não chega a tocar no chão e volta para cima, parecendo uma fumaça!
Tempinho para apreciação e fotos, hora de encarar os 6km da volta!

Esse passarinho come migalhas de pão na sua mão

Cachoeira da Fumaça - de lado


Cachoeira da Fumaça - por cima

Só esperando as migalhas dos pães!

Flora na trilha

Flora na trilha

Flora na trilha

Flora na trilha

Flora na trilha

Flora na trilha
A trilha tem dificuldade média devido aos 12km no total e a inclinação da subida/descida. Estar com os joelhos e fôlego em dia, ajuda e muito! No meu caso, demorei um pouquinho devido ao dia anterior (18km de travessia) e ao sedentarismo dos últimos meses!
A Cachoeira da Fumaça também pode ser visitada por baixo por uma trilha que dura 3 dias saindo de Lençóis. Veja com a agência se esse for o seu desejo.

Depois de tanto caminhar, um merecido banho na Cachoeira do Rio Riachinho. E o melhor... uma trilha curtíssima e fácil para chegar lá!

Cachoeira do Rio Riachinho
Cachoeira do Rio Riachinho
Retornamos para Lençóis.
No meio do caminho fomos brindados com um lindo pôr-do-sol, parecia até presente da natureza fechando uma viagem mais do que especial!


De volta para Lençóis
Pés, meus queridos pés que me aguentaram nessa viagem!

Para fechar a viagem, nós que seguimos como uma família durante os 7 dias, fomos comer uma pizza deliciosa na Pizzaria Natora para nos despedirmos.

Agradecimentos especiais à Agência Volta ao Parque e aos guias Kelmo e Thiago!

Direitos autorais da foto: Letícia Nóbrega
Mais informações sobre toda a viagem e onde comer nos locais, você encontra no site da Chapada ou no meu post de organização da viagem!

Essa noite pernoitamos em Lençóis pela última vez... Quem sabe um dia eu volte! A Chapada é imensa e linda para ser visitada somente uma vez!!!

Grande Abraço!!!


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Brasil - Chapada Diamantina - BA - 6º dia

6º dia de viagem... Acho que nunca caminhei tanto em um único dia! Ainda bem que descansei bastante ontem!

Hoje foi dia da travessia Guiné - Capão. Esse itinerário pode ser feito em trilhas de 15, 18 ou 22km. Fizemos o de 18km.
Começamos por volta das 10h15 e terminamos às 17h30. Foi bastante tempo para 18km, mas às vezes parávamos para respirar - principalmente na subida, para tirar fotos, fazer lanche e até ensaiar um banho em uma cachoeirinha. Sim.. ensaiar, estava geladérrima, não deu nem para colocar metade da perna, a outra metade já estava congelando!

Travessia Guiné - Capão
Início da Travessia

Travessia Guiné - Capão
Travessia Guiné - Capão

Travessia Guiné - Capão
Travessia Guiné - Capão

Travessia Guiné - Capão
Mirante na travessia Guiné - Capão

Travessia Guiné - Capão
Travessia Guiné - Capão

Travessia Guiné - Capão
Travessia Guiné - Capão

Travessia Guiné - Capão
Travessia Guiné - Capão

Travessia Guiné - Capão
Travessia Guiné - Capão - quase no fim

Travessia Guiné - Capão
Fim da travessia Guiné - Capão

Sinceramente, a única coisa que sentiu o peso da caminhada foram meus pés e meus joelhos! O início da trilha é uma subidinha de grau médio (eu a classifiquei assim), o resto do percurso é bem plano e duas descidas que, quem não estiver com o joelho bom, irá sentí-lo - como foi o meu caso!! :-)
A caminhada é longa mas o visual compensa!
Fazer a travessia requer um comprometimento muito grande das pessoas para com o grupo e por isso, gostaria de agradecer ao Thiago que foi um guia super atencioso, à Tânia e ao Célio por diminuirem o ritmo para que eu os alcançasse e à Letícia que foi companheira nos momentos de retomar o fôlego!

A pernoite foi no Capão na Pousada do Capão. A cidade é minúscula e bem alternativa. Na baixa temporada é difícil encontrar restaurantes abertos após às 20h. Porém, perto da pracinha, tem uma pizzaria chamada "Pizza Integral Capão Grande", conhecida também como pizzaria do Suíço. Recomendadíssima!! A massa da pizza é fininha e crocante e apesar de só ter 2 tipos de pizza (uma doce e uma salgada) vale muito a pena! Pergunte à qualquer um na vila que eles lhe indicarão o local.


Presente

Capão
Rua Principal do Capão

Capão
Igrejinha na pracinha do Capão



Mais informações sobre onde comer e ficar, você poderá ver no site da Chapada ou no meu post de organização da viagem.

Já já, o último dia de passeios...

Grande Abraço!!!


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Brasil - Chapada Diamantina - BA - 5º dia

5º dia...
O grupo acordou cedinho e foi conhecer as Ruínas de Igatu.
Igatu, no começo da época de extração de diamantes, foi uma próspera cidade no alto da serra, que chegou a ter por volta de 9.000 habitantes.
Os garimpeiros construíram suas casas com as pedras que abundavam lá.
Com o declínio na produção de diamantes, todos foram embora abandonando tudo o que haviam construído e destruído. Dessa época restaram as ruínas dessas construções e pouco mais de 300 habitantes.

Igatu possui também uma Igreja e um cemitério Bizantinos e um museu com ferramentas utilizadas na época do garimpo.

Igatu
Antiga senzala

Igatu
Pinturas em Igatu

Igatu
Cemitério Bizantino

Igatu
Igreja Bizantina

Igatu
Ruas de Igatu

Igatu
Ruas de Igatu







Igatu
Ruínas em Igatu

Igatu
Museu em Igatu

De Igatu, rumamos para Ibicoara de onde partia o passeio com guia local para a Cachoeira do Buracão.
No caminho para a cachoeira, passamos por várias vilas, vales e locais místicos. Um deles foi o Capão Redondo, local onde acontecem estudos sobre OVNIs. Mas não falarei sobre esses estudos. Mencionei o Capão Redondo, porque foi ali que paramos para tirar a foto mais insana da minha vida.


Mirante do Capão Redondo
Mirante do Capão Redondo

Não foi fácil... para tirar essa foto (que todos do grupo tiraram sob direção do guia!), eu tive que chegar abaixada até a ponta, levantar e pedir para ele tirar a foto rapidinho! Dá uma vertigem danada!!!

A Cachoeira do Buracão é uma das mais bonitas da região e em várias matérias que já havia lido sobre a Chapada, esta era sempre muito citada.
Para chegar a tão esperada cachoeira, passamos pelo Rio Espelhado, Cachoeira das Orquídeas - onde paramos na volta para um banho - e pela Cachoeira Canto Verde - esta com uma linda queda d'água que nasce no meio das rochas.
Infelizmente havia muita água nesse dia e não foi possível fazer o rapel de 90 metros ao lado da Cachoeira, mas nem por isso faltou aventura... Existem 2 formas para chegar à cachoeira: pela rocha ou nadando contra a correnteza no canyon do Buracão. Nós fomos nadando! A queda estava tão forte e respingando tanto, que mal consegui abrir meus olhos para ver a espetacular queda de 85 metros! É possível vê-la por cima também. É uma vista alucinante!

Cachoeira das Orquídeas
Cachoeira das Orquídeas

Cachoeira das Orquídeas
Cachoeira das Orquídeas

Cachoeira Canto Verde
Cachoeira Canto Verde

Canyon do Buracão
Canyon do Buracão

Cachoeira do Buracão
Cachoeira do Buracão

Cachoeira do Buracão
Cachoeira do Buracão

PS: Para chegar até a cachoeira são 6 km de trilha (ida e volta).

Pernoitamos em Mucugê, cidadezinha bem pacata onde o agito acontece nos bares em volta da praça. Como era baixa temporada, o resto da cidade já estava às moscas por volta das 20h.
A cidade em si, de atrativo, só tem o cemitério Bizantino, mas é um ponto de descanso para quem vai fazer os passeios perto da cidade.

Mucugê

Mucugê
Mucugê

Mucugê
Cemitério Bizantino em Mucugê

Mucugê
Cemitério Bizantino em Mucugê


E era preciso descansar mesmo... o 6º dia seria o mais punk de todo o roteiro!

Informações de pousadas em Mucugê, você poderá ver no site da Chapada ou no meu post de organização da viagem.

Até mais...

Ah.. deixo aqui meus eternos agradecimentos ao guia Joel que me proporcionou a experiência mais surreal que vivi até hoje!

Grande Abraço!!!